terça-feira, 30 de abril de 2013

Vivemos tempos estranhos



A forma como a loucura e o louco são vistos mudou muito. Ainda não há muito tempo eram encarcerados, escondidos da sociedade como possuidores de uma doença altamente contagiosa, sendo sujeitos a maus tratos difíceis de imaginar. A dignidade humana não existia para o louco.

 Esse importante avanço civilizacional permitiu reconhecer ao louco direitos que até aí eram negados (em parte continuam a ser). Os avanços continuam em velocidade cruzeiro e ninguém pode, com alguma certeza, dizer até onde nos levarão.

O louco evoluiu para doente mental e rapidamente começou a banalizar-se a loucura vulgarizando e o que ela tem de mais presente, o sofrimento. Do rótulo incómodo passou-se ao alívio através do rótulo. Os loucos não sofrem, dizem-nos. Os loucos não precisam sofrer, vendem-nos. Os loucos não existem, mentem-nos.

Louco estou eu, cada vez mais


psicologia clínica


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