quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Como escolher um Psicólogo

O artigo do J. Shedler Some Advice on Choosing a Therapist faz-me recordar algo que se passou comigo. Certo dia um amigo procurou-me porque após o falecimento de um familiar entrou em grande sofrimento, que acabou por despertar outros problemas. Estava decidido a procurar um psicólogo mas era um mundo estranho para ele, e de facto, para todos aqueles que não convivem de perto com estas questões. Nessa altura tentei responder às inquietações que o atormentavam em relação às psicoterapias mas também em relação ao que ele estava a sentir. Ainda que superficiais, as minhas considerações sobre o processo terapêutico foram apreendidas, como acabei por verificar mais tarde.

Fiquei, então, de lhe dar um contacto que entretanto se prolongou demais.

Um dia, após ter consultado um psicólogo liga-me um pouco assustado; a experiência que tinha tido nessa manhã em nada correspondia com o que eu lhe descrevera. Somente abordei aspectos genéricos, pois cada terapia é única, na medida em que também o somos. E, foi exactamente aí, no mais crítico dos aspectos que ele tomou consciência que algo estava errado. Quando o psicólogo lhe fez uma descrição de como a terapia iria decorrer, teve ainda a gentileza de acrescentar algum terror: sofrimento garantido, ao qual, após iniciar a terapia não poderia fugir. Alguns psicoterapeutas têm uma forma bastante perversa de agarrar os pacientes – "você está em fuga". Qual é o paciente que se arrisca a pôr em causa um expert?

Consta que depois de iniciar a sua terapia com outro terapeuta a vida do meu amigo seguiu em frente, e eu fico sempre contente quando isso acontece.


Psicoterapia

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