sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Quem não chora não mama


                                                             

 - Ninguém sabe como me sinto, ninguém se interessa…
 - Você já disse a alguém como se sente?

A expectativa de que os outros saibam como nos sentimos sem necessidade de o manifestar, na maioria das vezes, não se concretiza.

Naturalmente, o próprio, coloca a questão em relação ao outro: Ele não se interessa, não gosta de mim, é um ingrato…….

O ângulo que me parece mais importante observar é o do próprio. O desejo de ser entendido sem necessidade do expressar encontra paralelo na infância precoce onde a mãe consegue antecipar os desejos/necessidades da criança e os satisfaz. Mas excluindo este “fenómeno” que resulta de uma profunda ligação (fusão) mãe-bebé, e, que para o bem de todos se desfaz gradualmente, a criança vai desde o início manifestando as suas necessidades e procura pelos meios de dispõe que elas sejam satisfeitas. Com o crescimento a criança vai adquirindo capacidades e uma das mais importantes é a linguagem. A partir desse momento dispõe de um valioso e complexo meio de expressão.


“Quem não chora não mama”

Se não é fácil pedir ajuda, para algumas pessoas isso é quase impossível. Pedir representa uma falha, uma fragilidade que é necessário ocultar. Quando pedem ajuda fazem-no de uma forma atabalhoada e encoberta que mais parece que não precisam de nada. O receio de pedir e não receber não só expõe a falha como a amplia. Então, numa satisfação perversa, aguentam estoicamente em silêncio, alimentando sentimentos hostis em relação ao outro, que geram distância em vez de proximidade.


Está na altura de começar a falar                                                                                  


   psicologia clínica

Sem comentários:

Enviar um comentário