sábado, 3 de novembro de 2012

Fortalecer a auto-estima - nunca foi tão fácil

Nas redes sociais é comum encontrarmos imagens como esta, onde são dadas sugestões, como neste caso, para fortalecer a auto-estima. Ao lermos, ficamos com duas impressões: 1ª. – as sugestões são boas; 2ª. – é fácil. Sendo assim, poderíamos ser levados a concluir que as pessoas que tem baixa auto-estima ou não têm acesso a esta informação ou não fazem nada para mudar, e portanto, são responsáveis pelos seus sentimentos negativos.


A parte negativa deste tipo de auto-ajuda de pacotilha prende-se essencialmente como efeito que pode ter, ou seja, contribuir para que as pessoas não pensem/não possam pensar, as razões que as impedem de ser de outra forma.


Tomemos como exemplo a primeira sugestão: “aprender a dizer não”. Como todos sabemos, dizer “não” é algo que se aprende muito cedo, todas as crianças com dois anos de idade já aprenderam a dizer “não”, o seu significado e até as implicações. Será que desaprenderam? Não creio. Quais são, estão, as razões para tal impossibilidade? Não interessa, o importante é conseguir dizer não porque dizer não é bom e faz bem.


Penso que estas receitas, ainda que aplicadas com sucesso, não passam de um artefacto e não produzem uma verdadeira mudança. Mas são más, fazem mal? A questão não é essa; as pessoas farão aquilo que julgam ser melhor e na maioria das vezes, farão o que conseguirem, e devem ser respeitadas por isso. O pior, é a ilusão criada em torno de daquilo que é o ser humano, as suas idiossincrasias e a mudança. Esta superficialidade leva o homem a aceitar passivamente um tipo de servidão mental, versão, faça você mesmo, que anestesia a sensibilidade, estupidifica a mente e prejudica a alma.


psicologia clínica

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