A forma como a loucura e o
louco são vistos mudou muito. Ainda não há muito tempo eram encarcerados,
escondidos da sociedade como possuidores de uma doença altamente contagiosa,
sendo sujeitos a maus tratos difíceis de imaginar. A dignidade humana não
existia para o louco.
Esse importante avanço civilizacional permitiu
reconhecer ao louco direitos que até aí eram negados (em parte continuam a ser).
Os avanços continuam em velocidade cruzeiro e ninguém pode, com alguma certeza,
dizer até onde nos levarão.
O louco evoluiu para doente
mental e rapidamente começou a banalizar-se a loucura vulgarizando e o que ela
tem de mais presente, o sofrimento. Do rótulo incómodo passou-se ao alívio
através do rótulo. Os loucos não sofrem, dizem-nos. Os loucos não precisam sofrer,
vendem-nos. Os loucos não existem, mentem-nos.
Louco estou eu, cada vez mais
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