Todos sabemos, procuramos esconder mas ela escapa pelas frinchas e, ainda bem. A Raiva. As emoções positivas mantêm-se em alta, e são no essencial o discurso da auto-ajuda. Não questiono as boas intenções que podem estar por trás da auto-ajuda e do apelo às emoções positivas e à pregação do bem, mas o resultado não pode ser bom. Porquê? Porque os sentimentos negativos fazem parte de nós, constituem-nos.
A psicanálise, naturalmente, mal-amada,
foi em parte responsável por dar a conhecer ao mundo as profundezas do ser humano.
Um dos maiores contributos da psicanálise foi o seu maior pecado, desvelar-nos.
Mas talvez o maior de todos, tenha sido o de “autorizar-nos” a sentir tudo o
que há de malévolo: raiva, inveja, ciúme.
Para evitar riscos de explosão
devido à repressão dos sentimentos negativos, a mente arranja válvulas de
escape e, parece que as redes sociais estão a desempenhar bem esse papel.
Então a psicanálise abriu a
porta do jardim zoológico e entrámos num vale tudo?! Há uma diferença entre
agir os sentimentos hostis e senti-los, reconhece-los em nós, sem muita da culpa
que normalmente se faz presente. Se eu puder reconhecer as coisas em mim posso
senti-las e transformá-las, ao invés de as colocar no mundo externo e agir
sobre ele, como acontece em muitos tiroteios.
Psicoterapia
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