Segundo
o Vocabulário da Psicanálise – Laplanche
& Pontalis, a negação ou (de) negação é o “processo pelo qual o
indivíduo, embora formulando um dos seus desejos, pensamentos ou sentimentos,
até aí recalcado, continua a defender-se dele negando que lhe pertença”;
“recusa da percepção de um facto que se impõe no mundo exterior.”
A
negação é um mecanismo de defesa inconsciente em que o conflito emocional e a ansiedade
são evitados por recusa em reconhecer pensamentos, sentimentos, desejos,
impulsos, ou factos que são conscientemente intoleráveis.
Em
alguns casos, a negação por um certo período de tempo pode ser considerada um
mecanismo saudável de mitigar o “intolerável”, dando à mente a oportunidade de
elaborar e se adaptar.
Perante emoções demasiado intensas, a
negação representa uma forma de preservar a coesão mental, ainda que a negação, em última análise,
possa ser nociva. Uma vez que negação também requer um investimento substancial
de energia, implica que outras defesas sejam também utilizadas para manter os
sentimentos inaceitáveis afastados
da consciência.
A
perpetuação do uso das defesas e a sua falência acaba por ser uma das
circunstâncias que levam algumas pessoas a procurar ajuda. Gradualmente as
“defesas” tornarem-se cada fez mais inadequadas e ineficazes, deixando a dor
emocional oculta (no seu estado original), ascender à superfície.
Os
mecanismos de defesa podem ser encontrados em indivíduos saudáveis, mas a sua
presença excessiva é, via de regra, indicação de possíveis sintomas neuróticos.
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