A parte negativa deste tipo de auto-ajuda de pacotilha prende-se essencialmente
como efeito que pode ter, ou seja, contribuir para que as pessoas não
pensem/não possam pensar, as razões que as impedem de ser de outra forma.
Tomemos como
exemplo a primeira sugestão: “aprender a dizer não”. Como todos sabemos, dizer
“não” é algo que se aprende muito cedo, todas as crianças com dois anos de
idade já aprenderam a dizer “não”, o seu significado e até as implicações. Será
que desaprenderam? Não creio. Quais são, estão, as razões para tal
impossibilidade? Não interessa, o importante é conseguir dizer não porque dizer
não é bom e faz bem.
Penso que
estas receitas, ainda que aplicadas com sucesso, não passam de um artefacto e
não produzem uma verdadeira mudança. Mas são más, fazem mal? A questão não é
essa; as pessoas farão aquilo que julgam ser melhor e na maioria das vezes,
farão o que conseguirem, e devem ser respeitadas por isso. O pior, é a ilusão
criada em torno de daquilo que é o ser humano, as suas idiossincrasias e a
mudança. Esta superficialidade leva o homem a aceitar passivamente um tipo de
servidão mental, versão, faça você mesmo, que anestesia a sensibilidade,
estupidifica a mente e prejudica a alma.
Sem comentários:
Enviar um comentário