Do
ponto de vista fisiológico é uma reacção legítima, e acrescente-se, desejável.
Segundo as estatísticas o baby blues é bastante frequente, oscilando entre os
70 a 90%. Não é, portanto, razão para alarme.
O
baby blues correspondendo a um ciclo humano natural que aparece por volta do 3º
ou 4º após o nascimento. Da parte do bebé inicia-se um tipo de comunicação diferente com a mãe,
agora, ele dirige-se a ela esboçando um de diálogo (com o outro). A mãe, por sua vez, constata
que o seu filho não é parte dela, estão separados, são dois e não um, como até
então. Assim, esta realidade vivida no corpo, nas suas percepções e nos seus
pensamentos, deprimi-a.
A
depressão pós-parto, ao contrário do baby blues, que se esbate sozinho, é mais
grave e habitualmente, surge mais tarde. Em alguns casos essa depressão
corresponde a um baby blues que se perpétua.
Neste
período (raramente) também pode surgir uma psicose puerperal, ou uma depressão
melancólica. Nesta caso, estamos a falar de sujeitos com fragilidades conhecidas, que se agudizam
com o nascimento de um filho. Portanto, pode dizer-se, que o nascimento faz despoletar
um desequilíbrio latente.
Ao
contrário do que habitualmente se refere, o baby blues não resulta
exclusivamente de uma questão hormonal. Situações em que a criança foi afastada
da mãe, por exemplo, para a neonatologia, as mães não fizeram o baby blues no
período habitual (3º, 4º dia), mas mais tarde, quando reencontram o filho. Estas
mulheres também estavam deprimidas mas não usavam as expressões das “mães baby
blues”: “Não sei porque estou a chorar, tenho tudo o que preciso para estar
feliz”.